Diferença entre Guarda compartilhada e unilateral?
- Maísa Lemos
- há 14 minutos
- 5 min de leitura

Introdução
A decisão sobre a guarda dos filhos é, sem dúvida, um dos pontos mais sensíveis e importantes em um processo de divórcio ou separação. Mais do que uma questão jurídica, trata-se de definir como será a convivência, o cuidado e a responsabilidade sobre a criança ou adolescente. Diante desse cenário, muitos pais se perguntam: guarda compartilhada ou unilateral, qual é a melhor opção para o bem-estar do meu filho?
Neste artigo, você vai entender a diferença entre guarda compartilhada e unilateral, os critérios que a Justiça utiliza para decidir cada caso e, principalmente, como avaliar o que realmente atende ao interesse da criança.
Sumário
Diferença entre guarda compartilhada e unilateral
O que é guarda compartilhada?
O que é guarda unilateral?
Como a Justiça decide o tipo de guarda?
Vantagens e desafios de cada modelo
O que considerar para escolher o melhor para seu filho?
Dúvidas frequentes sobre guarda
Diferença entre guarda compartilhada e unilateral
Entender a diferença entre guarda compartilhada e unilateral é fundamental para tomar uma decisão consciente e alinhada ao bem-estar do seu filho. A guarda compartilhada envolve a participação ativa de ambos os pais nas decisões importantes da vida da criança, enquanto a guarda unilateral concentra essa responsabilidade em apenas um dos genitores.
A seguir, explico em detalhes cada modelo, suas características e em quais situações cada um costuma ser aplicado.
O que é guarda compartilhada?
A guarda compartilhada é o modelo em que ambos os pais dividem as responsabilidades e decisões sobre a vida do filho. Isso não significa, necessariamente, que a criança passará metade do tempo com cada um, mas sim que pai e mãe participam juntos das decisões importantes, como educação, saúde, lazer e rotina.
Desde 2014, a guarda compartilhada é a regra no Brasil, sendo preferida pelo Judiciário sempre que possível. O objetivo é garantir que a criança mantenha vínculo próximo com ambos os genitores, mesmo após a separação.
Principais características:
Decisões importantes são tomadas em conjunto
Ambos os pais têm direito e dever de participar da vida do filho
O tempo de convivência pode ser flexível, adaptado à rotina da família
O endereço de referência da criança é definido para fins escolares e médicos
O que é guarda unilateral?
Na guarda unilateral, apenas um dos pais (ou, excepcionalmente, outro responsável) fica com a responsabilidade principal sobre a criança. O outro genitor mantém o direito de visitas e de acompanhar o desenvolvimento do filho, mas não participa das decisões do dia a dia.
Esse modelo é adotado em situações específicas, como:
Quando um dos pais demonstra desinteresse ou incapacidade de exercer a guarda
Em casos de violência, abuso ou risco à integridade da criança
Quando há grande distância geográfica entre os pais, dificultando o convívio regular
Principais características:
Um dos pais toma as decisões do cotidiano da criança
O outro genitor tem direito a visitas, mas participação limitada
Pode ser temporária ou definitiva, dependendo do caso
Como a Justiça decide o tipo de guarda?
O critério central para a decisão judicial é o melhor interesse da criança. O juiz avalia uma série de fatores, como:
Vínculo afetivo com cada genitor
Capacidade de ambos cuidarem da criança
Disponibilidade de tempo e estrutura
Existência (ou não) de conflitos graves
Opinião da própria criança, dependendo da idade e maturidade
Histórico de violência ou negligência
Na prática, a guarda compartilhada só é afastada quando há elementos concretos que comprovem que ela não é viável ou segura para o filho.
Vantagens e desafios de cada modelo
Guarda compartilhada
Vantagens:
Mantém o vínculo com ambos os pais
Evita a sobrecarga de um único genitor
Reduz sentimentos de abandono ou rejeição na criança
Estimula a corresponsabilidade parental
Desafios:
Exige diálogo e cooperação entre os pais
Pode ser difícil em casos de alta conflituosidade
Requer flexibilidade e adaptação de rotinas
Guarda unilateral
Vantagens:
Maior estabilidade em situações de conflito intenso
Protege a criança em casos de risco ou negligência
Facilita a tomada de decisões rápidas
Desafios:
Pode afastar o filho de um dos pais
Sobrecarrega o genitor responsável
Pode gerar sentimentos de perda ou injustiça
O que considerar para escolher o melhor para seu filho?
A escolha do modelo de guarda deve ser feita com base nas necessidades e no bem-estar da criança, não nas mágoas do casal.
Pergunte-se:
Meu filho tem vínculo afetivo saudável com ambos os pais?
Existe diálogo possível para decisões conjuntas?
Algum dos genitores apresenta risco à integridade física ou emocional da criança?
A rotina de ambos permite participação ativa na criação?
O modelo escolhido vai garantir estabilidade e segurança para o filho?
Em muitos casos, a guarda compartilhada é a melhor opção, mesmo que os pais não sejam amigos ou não convivam bem. O fundamental é que consigam separar as questões conjugais da parentalidade.
Se houver situações de violência, abuso, dependência química grave ou abandono, a guarda unilateral pode ser necessária para proteger a criança.
Dúvidas frequentes sobre guarda
1. A guarda compartilhada elimina o pagamento de pensão alimentícia?
Não. Mesmo na guarda compartilhada, a pensão pode ser devida, pois o tempo de convivência e as condições financeiras dos pais podem ser diferentes.
2. Posso pedir mudança de guarda depois do divórcio?
Sim. Se houver mudança significativa nas circunstâncias, é possível pedir revisão do modelo de guarda a qualquer tempo.
3. A criança pode escolher com quem quer morar?
A opinião do filho é considerada, principalmente a partir dos 12 anos, mas não é o único critério. O juiz sempre avalia o melhor interesse da criança.
4. É possível guarda compartilhada se os pais moram em cidades diferentes?
É mais difícil, mas pode ser viável em casos específicos, com organização diferenciada de convivência.
Conclusão
A diferença entre guarda compartilhada e unilateral deve ser analisada com responsabilidade, sempre priorizando o bem-estar do seu filho. O diálogo, o respeito e o foco nas necessidades da criança são essenciais para construir uma nova dinâmica familiar saudável após a separação.
Lembre-se: cada família tem suas particularidades e somente uma análise individualizada permite identificar a solução mais adequada para o seu caso.
Por isso, nosso escritório realiza atendimento direto exclusivamente por meio de consulta jurídica, onde analisamos detalhadamente sua situação, esclarecemos dúvidas e orientamos sobre os melhores caminhos.
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Sobre a autora: Maísa Lemos é advogada especialista em Direito de Família com 22 anos de experiência. Mãe de três filhos, apaixonada por literatura e viajante frequente, ela compreende na prática os desafios das famílias modernas.
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