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Bens ocultados no divórcio: como agir quando estão em nome de terceiros?

Foto do escritor: Maísa LemosMaísa Lemos

Bens ocultados no divórcio


Introdução: por que a ocultação de bens é um problema tão comum?


A partilha de bens no divórcio deveria ser um processo transparente e justo, mas a realidade muitas vezes é diferente. Um dos problemas mais recorrentes é a ocultação de bens por um dos cônjuges, com o objetivo de evitar que eles sejam divididos. Essa prática, além de imoral, pode prejudicar o cônjuge que tem direito à partilha, especialmente em casos de comunhão parcial de bens, o regime mais comum no Brasil.


Quando esses bens são transferidos para o nome de terceiros – amigos, parentes ou até empresas – o cenário se torna ainda mais complexo. Neste artigo, vamos discutir como identificar e agir em situações de ocultação patrimonial, a importância de um advogado especializado e as estratégias disponíveis para garantir uma partilha justa.


O que são bens ocultados em nome de terceiros?


Bens ocultados são aqueles que, por meio de manobras fraudulentas, são transferidos para terceiros com o objetivo de excluir o patrimônio da partilha no divórcio. Esses terceiros podem ser familiares, amigos de confiança ou sócios, usados como "laranjas" para proteger os bens.


Exemplos comuns de bens ocultados em nome de terceiros:


  • Imóveis registrados no nome de parentes, como pais ou irmãos.

  • Veículos transferidos para o nome de amigos.

  • Empresas criadas com sócios fictícios para ocultar a propriedade real.

  • Valores significativos em contas bancárias de terceiros.


Essas práticas são planejadas para dificultar o rastreamento dos bens, mas o sistema jurídico oferece ferramentas para reverter esses atos fraudulentos.


Como identificar que há bens ocultados?


Suspeitar de bens ocultados é o primeiro passo para investigar. Muitos sinais podem indicar que algo está errado:


  1. Mudanças patrimoniais repentinas: Transferências de bens ou alterações em contratos sociais feitas pouco antes do divórcio.

  2. Estilo de vida incompatível com a declaração de bens: O cônjuge vive com conforto financeiro, mas declara poucos bens na partilha.

  3. Informações inconsistentes: Falta de clareza ou documentação sobre patrimônio adquirido durante o casamento.

  4. Aparente “generosidade” com terceiros: Doações ou transferências de alto valor para familiares ou amigos.


Como investigar:


  • Solicitação de registros públicos: Consulta ao Cartório de Imóveis, Detran e Junta Comercial.

  • Queda de sigilo bancário e fiscal: Pode ser solicitada judicialmente para rastrear movimentações financeiras suspeitas.

  • Análise de contratos sociais: Verifique a participação do cônjuge em empresas e possíveis alterações feitas antes do divórcio.


O papel do advogado na proteção patrimonial


Um advogado especializado em divórcios e partilha de bens desempenha um papel central em casos de ocultação patrimonial. A experiência técnica e o conhecimento jurídico são fundamentais para identificar irregularidades e apresentar provas à Justiça.


Como o advogado pode ajudar:


  • Investigação patrimonial: O advogado acessa registros, analisa contratos e identifica fraudes no patrimônio do casal.

  • Solicitação de medidas judiciais: Pedidos de bloqueio de bens, quebra de sigilo bancário e fiscal e outras medidas preventivas para evitar prejuízos à partilha.

  • Elaboração de provas robustas: O advogado reúne documentos, testemunhas e laudos que comprovem a tentativa de ocultação de bens.

  • Estratégias jurídicas: Apresenta ações específicas para anular transferências fraudulentas e incluir bens ocultados na divisão patrimonial.


Estratégias jurídicas para lidar com bens ocultados


Quando se comprova a tentativa de ocultação de bens, o sistema jurídico brasileiro oferece ferramentas eficazes para reverter esses atos e proteger o cônjuge prejudicado.


Ações disponíveis:


  1. Ação declaratória de fraude: Solicita ao juiz que reconheça a fraude e desconsidere a transferência de bens para terceiros.

  2. Anulação de atos jurídicos: Atos como a transferência de imóveis ou a alteração de contratos sociais podem ser anulados quando provado o dolo.

  3. Bloqueio de bens: Bens suspeitos podem ser bloqueados durante o processo para evitar novas transferências.

  4. Convocação de terceiros para depor: Pessoas envolvidas na ocultação, como parentes ou sócios, podem ser chamadas à Justiça para prestar esclarecimentos.


Caso real: Uma mulher descobriu que o marido havia transferido a propriedade de dois imóveis para o nome de sua mãe pouco antes de pedir o divórcio. Com a ajuda de seu advogado, ela conseguiu provar que a transferência foi realizada com o intuito de fraudar a partilha. O juiz anulou o ato e determinou que os bens fossem incluídos na divisão.


Como prevenir que bens sejam ocultados no divórcio?


Embora a ocultação de bens seja uma prática comum, algumas medidas preventivas podem ajudar a mulher a proteger seus direitos antes mesmo de um divórcio ser discutido:


  • Acompanhe as movimentações patrimoniais do casal: Tenha acesso a documentos como registros de imóveis, contratos sociais e extratos bancários.

  • Guarde cópias de documentos importantes: Certificados de propriedade, contratos e comprovantes de aquisições podem ser úteis para comprovar a existência de bens.

  • Esteja atenta a mudanças suspeitas: Transferências de bens e movimentações financeiras atípicas podem ser sinais de fraude.

  • Busque orientação jurídica preventiva: Mesmo antes de uma separação, o acompanhamento de um advogado pode ajudar a proteger seus direitos.


Conclusão: conhecimento e apoio jurídico para garantir justiça


A ocultação de bens no divórcio é um desafio que muitas mulheres enfrentam, mas o conhecimento e o apoio jurídico certo fazem toda a diferença. Quando bens são transferidos para terceiros, a situação pode parecer complicada, mas existem ferramentas legais para garantir que a partilha seja justa.


Se você está passando por um divórcio e desconfia de ocultação patrimonial, procure um advogado especializado. Ele será seu maior aliado na busca por justiça e proteção de seus direitos. Com estratégias adequadas e medidas preventivas, é possível enfrentar esse desafio e garantir uma divisão patrimonial equilibrada.


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Como faço para buscar ajuda especializada?


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maisa lemos advogada

Meu nome é Maisa Lemos, atuo como advogada especialista em direito de família e sucessões em Goiânia. Sou formada desde 2002 pela PUC/GO e tenho clientes em todo o Brasil.


Sou também mãe do Davi, da Helena e da Clara.


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LEMBRE-SE: este post tem a finalidade apenas de informar. Em nenhuma hipótese substitui a consulta com um profissional do Direito. Converse conosco e verifique as orientações necessárias para o seu caso específico.



 
 
 

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