A separação é um momento delicado que envolve questões emocionais e práticas, especialmente quando o casal possui uma empresa. Muitas dúvidas surgem sobre como fica a empresa em caso de separação, especialmente no que diz respeito à divisão de bens, à continuidade do negócio e à proteção do patrimônio empresarial.
Neste artigo, vamos explicar como o regime de bens afeta a empresa em uma separação, as alternativas para lidar com a divisão e as medidas que podem ser tomadas para proteger o negócio durante o processo. Com essas informações, você terá uma visão mais clara sobre como enfrentar essa situação de forma justa e equilibrada.
1. O impacto do regime de bens na divisão da empresa
O regime de bens é o principal fator que define como fica a empresa em caso de separação. Ele determina quais bens do casal são considerados patrimônio comum e como devem ser partilhados. Confira como cada regime afeta a divisão da empresa:
Comunhão parcial de bens
No regime de comunhão parcial, os bens adquiridos durante o casamento são considerados patrimônio comum. Isso significa que, se a empresa foi criada ou expandiu significativamente durante o casamento, ela pode ser incluída na partilha.
Bens adquiridos antes do casamento: Se a empresa foi criada antes do casamento, ela geralmente não entra na partilha, salvo se houve investimentos significativos do casal durante o matrimônio.
Bens adquiridos durante o casamento: Se a empresa foi criada ou cresceu durante o casamento, ela é dividida igualmente, independentemente de quem foi o fundador.
Comunhão universal de bens
Nesse regime, todos os bens – adquiridos antes ou durante o casamento – são considerados patrimônio comum, com poucas exceções, como heranças e doações com cláusula de incomunicabilidade. Assim, a empresa, independentemente de quando foi criada, será dividida entre os cônjuges.
Separação total de bens
No regime de separação total, cada cônjuge mantém seu patrimônio individual, e não há divisão de bens na separação. Se a empresa pertence exclusivamente a um dos cônjuges, ela não será partilhada, salvo se houver comprovação de que o outro cônjuge contribuiu financeiramente ou na gestão do negócio.
Participação final nos aquestos
Nesse regime, cada cônjuge administra seu patrimônio individual, mas, no caso de separação, os bens adquiridos durante o casamento são divididos. Se a empresa foi criada ou expandida durante o casamento, ela pode ser incluída na partilha.
2. Como avaliar a empresa na separação?
Para determinar como fica a empresa em caso de separação, é necessário calcular seu valor de mercado. Essa avaliação é essencial para que as partes possam negociar uma divisão justa ou optar por outras soluções, como a compra da parte de um dos cônjuges.
A avaliação da empresa envolve:
Balanço financeiro: Análise de receitas, despesas, lucros, dívidas e outros aspectos financeiros.
Valor de mercado: Determinação do valor da empresa com base no setor de atuação e no mercado em que opera.
Participação societária: Identificação da participação de cada cônjuge na empresa, especialmente em casos de sociedade.
Esse processo deve ser conduzido por um perito ou especialista, garantindo que o valor seja justo e aceito por ambas as partes.
3. Alternativas para lidar com a empresa na separação
Existem várias formas de resolver a questão de como fica a empresa em caso de separação. A escolha depende do regime de bens, da avaliação da empresa e dos interesses de cada cônjuge.
As alternativas mais comuns incluem:
Venda da empresa
Se nenhum dos cônjuges deseja continuar com o negócio, a empresa pode ser vendida, e o valor obtido é dividido entre as partes. Essa solução é mais comum quando o casal não consegue chegar a um acordo sobre a gestão futura da empresa.
Compra da parte do outro cônjuge
Um dos cônjuges pode optar por comprar a parte do outro, assumindo o controle total da empresa. Isso é ideal quando um dos cônjuges está mais envolvido no dia a dia do negócio.
Administração conjunta
Em casos raros, o casal pode optar por continuar administrando a empresa juntos após a separação. Isso requer uma relação de respeito e comunicação eficaz entre as partes.
Divisão de cotas
Se a empresa for uma sociedade, é possível dividir as cotas entre os cônjuges. Nesse caso, ambos permanecem como sócios, mas podem estabelecer regras claras para evitar conflitos.
4. Como proteger a empresa durante a separação?
Se você possui uma empresa, proteger o negócio durante a separação é fundamental para garantir sua continuidade e evitar prejuízos. Algumas medidas podem ser tomadas para minimizar os impactos:
Acordo pré-nupcial ou pós-nupcial: Esses acordos definem previamente como a empresa será tratada em caso de separação, evitando disputas futuras.
Contrato social: No caso de sociedades, o contrato social pode incluir cláusulas que restringem a transferência de cotas ou estabelecem regras para situações de separação.
Gestão profissionalizada: Ter uma gestão independente, com registros claros, ajuda a evitar discussões sobre a contribuição de cada cônjuge no negócio.
Negociação amigável: Buscar uma solução consensual, com a ajuda de mediadores ou advogados, pode evitar longas disputas judiciais e proteger o funcionamento da empresa.
5. Direitos do cônjuge não envolvido na gestão da empresa
Mesmo que um dos cônjuges não esteja diretamente envolvido na administração da empresa, ele pode ter direitos sobre o negócio. Isso ocorre principalmente em regimes de bens que incluem a empresa na partilha ou quando há contribuição indireta, como apoio no lar que permitiu ao outro cônjuge se dedicar ao negócio.
O cônjuge não envolvido pode receber:
Uma compensação financeira: Proporcional à sua participação na construção ou crescimento do negócio.
Participação societária: Em casos de divisão de cotas.
6. Quando buscar ajuda jurídica?
A separação envolvendo empresas é uma situação complexa, que exige conhecimento especializado em direito de família e empresarial. Contar com um advogado experiente é essencial para:
Esclarecer direitos e deveres: Garantindo que o regime de bens e as leis aplicáveis sejam respeitados.
Negociar acordos justos: Protegendo tanto o patrimônio quanto a continuidade da empresa.
Evitar conflitos judiciais: Encontrando soluções práticas e eficazes para a partilha.
Conclusão: como fica a empresa em caso de separação
Saber como fica a empresa em caso de separação é fundamental para garantir uma divisão justa e proteger o negócio. O regime de bens, a avaliação da empresa e as alternativas negociadas entre as partes são fatores determinantes nesse processo.
Seja pela venda, pela compra de cotas ou pela administração conjunta, é possível encontrar soluções que atendam aos interesses de ambos os cônjuges sem comprometer o futuro da empresa.
Além disso, medidas preventivas, como acordos pré-nupciais e contratos bem estruturados, podem evitar conflitos e facilitar o processo. Com a ajuda de profissionais qualificados, você pode enfrentar essa situação com segurança e preservar tanto seu patrimônio quanto a continuidade do negócio.
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LEMBRE-SE: este post tem a finalidade apenas de informar. Em nenhuma hipótese substitui a consulta com um profissional do Direito. Converse conosco e verifique as orientações necessárias para o seu caso específico.
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