Passar por um divórcio quase sempre é difícil. É um processo emocional e tenso, mesmo que você e seu ex sejam amigáveis e consigam conversar sobre suas necessidade e opções. Contudo, quando se tem filhos pequenos, o processo de se divorciar (em todos os sentidos) é ainda mais desafiador.
Mas quando você considera como prioridade as necessidades das crianças e adolescentes, as coisas podem ficar mais claras.
Divórcio não muda só a rotina do casal.
Você já deve ter percebido (ou ao menos vislumbrado, caso ainda não tenham se separado) que o divórcio é uma mudança na vida e na rotina de todos os envolvidos. A coisa mais importante a lembrar é que vocês dois devem fazer o que puderem, para garantir que a criança experimente o mínimo de mudanças possíveis, ao menos nesse momento. Esta será uma experiência desgastante para todos, especialmente para as crianças. Mais importante ainda, e sei que no começo isso é difícil, você e seu ex devem trabalhar no sentido de serem colaborativos sobre as questões dos filhos. Isso dará a eles a confiança de que a vida continua, mas de um jeito diferente. Sempre tenha isso em mente. Retiro tudo o que disse aqui em caso de violência doméstica, ok? Estou trabalhando com a possibilidade de haver apenas ressentimentos, não agressões.
Onde nossos filhos vão morar após o divórcio?
Pare e reflita: onde a criança estará mais feliz e terá mais tempo disponível do cuidador (pai/mãe)?
Então aqui preciso que tenha maturidde e sempre considere o que é melhor para seus filhos. Isso também é o que um juiz irá considerar. E veja bem: não estou falando aqui de quem tem mais dinheiro para dar presentes, a casa mais bonita, os passeios mais legais.
Estou falando sobre algo muito maior: tempo, dedicação, paciência, que entenda as necessidades da criança. Você como mãe terá essa resposta quase sempre na ponta da língua.
Orientações sobre como se relacionar durante esse processo.
A maneira como você e seu ex conversam com seu filho sobre o outro, o divórcio e toda a situação familiar fará uma grande diferença em como os filhos aceitarão a decisão dos pais. Como disse, este é um processo emocional, mas se você pensar no ex como um parceiro, isso pode ajudar a tornar o processo mais racional, reduzindo a probabilidade de que um de vocês fale mal do outro.
Seja educado e respeitoso com o ex, mesmo que discorde
Não fale mal do outro genitor
Seja claro e específico ao discutir assuntos com seu ex (mantenha-o "profissional")
Lembre-se de manter suas promessas para seu filho (eles precisam de estabilidade e amor agora mais do que nunca)
Tente evitar falar sobre seu divórcio e, em vez disso, concentre-se em sua unidade familiar
Trabalhe junto com seu ex-cônjuge para proporcionar a seu filho um ambiente familiar seguro e estável, mesmo que estejam cop seu tempo
Certifique-se de discutir questões importantes sobre seu filho com o outro pai o mais rápido possível (acidentes escolares, boletins, novos amigos)Não brigue com o outro pai, especialmente na frente de seu filho
Esse divórcio obrigatoriamente passa por um juiz.
No Brasil, um divórcio não pode ser autorizado, caso o casal tenha filhos, sem que as questões relacionadas aos filhos estejam decididas primeiramente. É o que diz a lei. Assim, o seu processo de divórcio necessariamente deverá incluir detalhes e negociações sobre a(s) criança(s) e todos os assuntos relacionados a ela(s), dentre eles:
Qual o lar de referencia, ou seja, a casa oficial da criança.
Se as decisões médicas e escolares serão tomadas em conjunto
Como a convivência se dará, de preferência com horários definidos.
Valores de pensão alimentícia.
O que o judiciário leva em consideração?
Nem todo divórcio exigirá que um juiz revise o combinado entre os pais sobre os filhos menores, mas alguns o farão. Você precisa ter ciência disso. Quando um tribunal se envolve, um juiz analisará vários fatores, caso não haja consenso:
A capacidade de ambos os pais de fornecer um lar estável, amoroso e financeiramente favorável
A relação que a criança tem com ambos os pais
Disposição de ambos para continuar seu relacionamento com o filho
Onde a criança viveu
A preferência da criança, se ela tiver idade suficiente para indicar uma Essas também são boas diretrizes para você. Seja objetivo e justo . Mesmo que você queira a guarda total do seus filhos, isso é realmente o melhor? Eles não deveriam ter a oportunidade de desenvolver o relacionamento com o outro?
Na ausência de circunstâncias extremas, como a prisão de um dos pais, ou situação de violência doméstica, precisará começar com a presunção de que todos podem cuidar de forma igual dos filhos. Então, hoje está bastante desmitificada a ideia de que filho é sempre da mãe. Assim, trabalhe com a ideia de que provavelmente acabará em algum lugar perto de 50/50. Pode nem sempre ser exatamente igual, mas esse é um cenário razoável
Tente ao máximo dividir responsabilidades, não somente despesas.
Trabalho em um cenário, na maioria dos casos, em que os pais querem dividir despesas igualmente, mas jogam a maioria das responsabilidades para as ex-mulheres, mães, parentes, empregadas, etc. E quero que você mãe entenda: seu tempo custa.
Há uma cultura de dedicação não remunerada, que acredita serem as mulheres quase unicamente pelos cuidados diários com os filhos. Precisa ter consciência que o valor investido na criação de um filho representa horas de trabalho que você poderia estar dedicando a algo que poderia lhe remunerar melhor, crescer na carreira, ter mais satisfação pessoal, não se sentir humilhada, etc.
Por isso não aceite assumir tudo isso, caso essa situação te incomode. Não se deixe sobrecarregar na função de educadora e cuidadora.
Para que crianças e adolescentes tenham acesso ao que a lei lhe assegura e que sejam atendidos o seu melhor interesse, necessitam muito mais do que dinheiro para sobreviver. Quem as transporta para lá e para cá? Quantas horas são gastas por dia em trânsito? Quem fiscaliza a escovação de dentes? Quem conta histórias? Quem põe para dormir, acorda, arruma, leva à escola, organiza a rotina, alimentação diária e semanal?
Tais horas investidas não podem ser colocadas apenas na conta da maternidade.
Considere elaborar um plano parental
Considere os pontos acima para elaborar um plano parental. Aqui nesse artigo explico melhor do que se trata. Ter um plano parental é importante para garantir que seus filhos convivam com você e alguns detalhes dessa convivência sejam especificados. Vamos considerar alguns exemplos.
Em que dia as crianças estarão com cada um.
Você alterna feriados e férias (estes devem estar listados em seu plano)
Você compartilha responsabilidades de aniversário e alterna entre suas duas casas
Vocês dois estão envolvidos em decisões médicas e escolares
Nenhum de vocês pode viajar com seu filho para fora do país sem o consentimento por escrito da outra parte
Quaisquer alterações no seu plano parental devem ser acordadas por escrito Eu particularmente abomino visitas livres. Acho que é uma brecha para manter situações conflitantes e ter mais contato com o ex.
E se eu estiver preocupada com a segurança do meu filho?
Ter a guarda unilateral de seu filho.
Ter a segurança de que o ex tenha direito a visitas supervisionadas em horários e locais predeterminados (você não estará presente, mas um supervisor de confinança estará).
Que só depois de um certo número de visitas supervisionadas bem-sucedidas, o ex poderá fazer visitas não supervisionadas e, eventualmente, passar a noite com seu filho.
Ter a autoridade exclusiva de tomada de decisão sobre as necessidades médicas e escolares de seu filho.
Como faço para buscar ajuda especializada para lutar pelos meus direitos?
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Conclusão
Com este conteúdo, você viu conselhos importantes para se organizar para um divórcio e ter resultados melhores.
Lembre-se que é muito importante que o profissional seja especialista na área de família.
Melhor ainda que atue com perspectiva de gênero.
A principal dica é: desenvolva um relacionamento de confiança com o profissional. Do contrário, pode ficar insegura e a relação se tornar extremamente desgastante ao longo dos meses.
E você, conhece alguém que precisa saber as informações deste artigo? Então compartilhe.
Tenho certeza que ele vai ajudar muita gente.
Agora, vou ficando por aqui.
Até a próxima.
Meu nome é Maisa Lemos, atuo como advogada de família e sucessões em Goiânia desde 2002 e tenho clientes em todo o Brasil.
Meu foco é o atendimento de mulheres e sempre na prevenção de litígios e o bem estar dos envolvidos, sobretudo quando há filhos menores de idade.
Sou também mãe do Davi, da Helena e da Clara.Me siga no instagram: @maisalemoss.
Lá eu posto conteúdo quase diariamente sobre direito de família e sucessões.
LEMBRE-SE: este post tem a finalidade apenas de informar. Em nenhuma hipótese substitui a consulta com um profissional do Direito. Converse conosco e verifique as orientações necessá
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